BOMBA: Deputado Bolsonarista que desejou a morte de Lula, acabou sendo p…Ver mais

Deputado Gilvan da Federal causa polêmica ao desejar morte do presidente Lula durante sessão na Câmara

Declaração polêmica choca parlamentares e levanta debate sobre discurso de ódio na política brasileira

Durante uma sessão deliberativa da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, realizada nesta terça-feira (8), o deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) protagonizou um momento de profunda controvérsia ao declarar que desejaria a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A fala causou indignação entre parlamentares e reacendeu discussões sobre os limites da liberdade de expressão no ambiente político.

“Se ele tiver um infarto, vou ficar feliz”, afirmou o parlamentar

Em meio à sua fala, Gilvan da Federal fez declarações consideradas ofensivas e potencialmente configuradoras de discurso de ódio.

“E deixar bem claro aqui, eu falei que, por mim, eu quero mais que o Lula morra. Não prego violência, mas vou ser honesto. Se ele tiver um infarto, eu vou ficar feliz. Se ele tiver um AVC, e for para o quinto dos infernos, eu vou ficar feliz. […] Não estou pregando violência, não vou matar o cara, eu estou dizendo que, se ele tiver um infarto, estou pouco me lixando”, declarou o deputado, diante dos colegas da comissão.

As declarações foram gravadas e rapidamente repercutiram nas redes sociais e na imprensa, gerando reações imediatas de repúdio por parte de outros parlamentares, juristas e membros da sociedade civil.

Repercussão e pedidos de responsabilização

Diversos parlamentares condenaram publicamente as falas de Gilvan da Federal.

Deputados da base do governo, bem como da oposição, classificaram as declarações como inaceitáveis e incompatíveis com a conduta esperada de um representante eleito pelo povo.

A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara anunciou que tomará providências legais contra o deputado, com representação junto ao Conselho de Ética da Casa, além de possíveis ações no Ministério Público Federal por incitação ao ódio e apologia à violência.

“O discurso do deputado ultrapassa qualquer limite do razoável e coloca em risco a própria integridade do debate democrático. Isso não é liberdade de expressão. Isso é ódio”, afirmou a deputada Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos.

Gilvan reafirma posicionamento e diz “não ter medo”

Mesmo diante das críticas, o deputado Gilvan da Federal reafirmou sua fala, alegando que estava apenas expressando sua opinião pessoal. Em sua declaração, ele destacou que não estava incitando violência, mas que “não sentiria remorso” caso algo acontecesse com o presidente Lula. “A Polícia Federal pode bater à minha porta, não tenho medo.
Não sou criminoso, só falei a verdade do que sinto”, declarou posteriormente à imprensa.

A fala gerou também um embate jurídico sobre os limites da imunidade parlamentar, que protege deputados e senadores por opiniões, palavras e votos no exercício do mandato. Especialistas apontam, no entanto, que há interpretações no Supremo Tribunal Federal (STF) que restringem esse escopo quando há incitação à violência ou discurso de ódio.

Clima de tensão política se agrava no Congresso

O episódio evidencia o aumento da tensão entre setores da direita e da esquerda no Congresso Nacional. O uso de discursos extremistas, ataques pessoais e polarização ideológica têm se tornado mais frequentes nos últimos anos, tornando o ambiente político cada vez mais conflituoso e menos produtivo em termos de debate democrático.

Líderes partidários têm pedido mais responsabilidade e equilíbrio por parte dos parlamentares, alertando para os riscos que discursos radicais representam não só para a estabilidade institucional, mas também para a segurança das autoridades e da população.

Entidades reagem e pedem ação do Legislativo

Organizações da sociedade civil, como a OAB e a Comissão Arns, também se manifestaram após as declarações de Gilvan. Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil afirmou que “o respeito à vida é um princípio inegociável em uma democracia, e qualquer incitação à morte de figuras públicas ou cidadãos deve ser veementemente combatida”.
A Comissão de Segurança Pública da Câmara ainda não se posicionou oficialmente sobre possíveis medidas internas, mas há expectativa de que o caso seja analisado pelo Conselho de Ética, onde o deputado poderá responder por quebra de decoro parlamentar.

Conclusão: limite entre liberdade de expressão e responsabilidade

O caso envolvendo Gilvan da Federal escancara um debate urgente: até que ponto vai a liberdade de expressão de um parlamentar, e onde ela passa a representar uma ameaça à democracia e ao convívio social pacífico?

A resposta a essa pergunta, agora, está nas mãos da própria Câmara dos Deputados, que precisará decidir se punirá o deputado por suas declarações ou se considerará as falas como parte do jogo político, ainda que polêmico.

Enquanto isso, a sociedade acompanha, atenta, os desdobramentos de mais um episódio que desafia os limites da convivência democrática no Brasil.