A emocionante jornada das gêmeas siamesas Kiraz e Aruna, de um ano e meio, que mobilizou o país com uma história marcada por esperança, coragem e amor incondicional, teve um desfecho doloroso nos últimos dias. Após meses de preparação intensa e uma cirurgia de separação realizada no dia 10 de maio, em Goiânia, uma das irmãs infelizmente não resistiu às complicações do pós-operatório.
O procedimento foi realizado no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), referência em cirurgias pediátricas de alta complexidade.
Nascidas em Igaraçu do Tietê, no interior de São Paulo, Kiraz e Aruna vieram ao mundo unidas por regiões vitais como tórax, abdômen e bacia. Compartilhavam o fígado e possuíam três pernas, o que tornou o caso extremamente raro e desafiador do ponto de vista médico. Desde o nascimento, a família enfrentou uma rotina marcada por incertezas, mas também por um intenso envolvimento emocional e dedicação total dos pais, em especial da mãe, Liliane Cristina da Silva, técnica de enfermagem, que assumiu integralmente os cuidados das filhas.
Ainda que o estado de saúde das meninas fosse grave, as equipes consideravam o quadro compatível com o esperado para cirurgias dessa magnitude. No entanto, a situação de uma delas se agravou de forma irreversível, levando ao falecimento.
A história de Kiraz e Aruna tocou o coração de milhares de brasileiros que acompanharam, pelas redes sociais, o cotidiano da família.
A perda de uma das gêmeas representa o fim de um capítulo marcado por resiliência, união familiar e mobilização coletiva. A história deixa como legado uma mensagem poderosa sobre empatia, superação e o valor da vida mesmo diante das adversidades mais difíceis.
A família segue agora no luto, amparada pelo carinho de pessoas de todo o país que, mesmo à distância, torceram, oraram e se sensibilizaram com a trajetória das irmãs.