O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta uma piora no seu estado de saúde, conforme revelou um novo boletim médico emitido na manhã desta quinta-feira (24) pelo Hospital DF Star, em Brasília. Internado há quase duas semanas após um mal-estar durante agenda política no Rio Grande do Norte, Bolsonaro permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado que inspira cuidados, com elevação da pressão arterial e piora significativa em exames laboratoriais, especialmente os que avaliam funções hepáticas.
Segundo a equipe médica, Bolsonaro está em jejum absoluto e recebe nutrição exclusivamente por via parenteral, ou seja, diretamente pela corrente sanguínea. Além disso, segue com sessões diárias de fisioterapia motora e medidas rigorosas para prevenção de trombose venosa.
A rotina hospitalar é intensa e repleta de protocolos restritivos, inclusive quanto às visitas — que, oficialmente, seguem proibidas.
Apesar da recomendação, aliados políticos continuam acessando a UTI. Na última terça-feira (22), o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, esteve no quarto de Bolsonaro.
Histórico da internação
Jair Bolsonaro deu entrada no Hospital DF Star em 11 de abril, após passar mal durante um compromisso público no Nordeste.
Desde então, a recuperação vem sendo acompanhada com atenção pela equipe do hospital e por apoiadores do ex-presidente. Os boletins médicos são divulgados diariamente, com exceção da última quarta-feira (23), quando o silêncio da instituição gerou rumores sobre seu estado de saúde, agora parcialmente esclarecidos com a nota oficial desta quinta.
Intimação em meio à internação
A fragilidade clínica não impediu que Jair Bolsonaro fosse formalmente intimado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na quarta-feira, o ex-mandatário foi visitado por uma oficial de Justiça, que entregou pessoalmente a intimação na UTI. O episódio, gravado em vídeo, mostra a servidora permanecendo por mais de dez minutos no local enquanto coletava a assinatura do ex-presidente.
Em nota, o STF afirmou:
“A citação dos réus informando o início da ação penal e a intimação para apresentação de defesa foram determinadas em 11 de abril. Em virtude da internação, aguardava-se o momento oportuno. A live transmitida por ele em 22/4 demonstrou essa possibilidade”.
O caso de Jair Bolsonaro expõe mais do que apenas uma fragilidade clínica — ele escancara o entrelaçamento entre saúde e política em tempos de polarização. Enquanto sua recuperação atrai olhares da ala conservadora, a Justiça avança em processos que podem comprometer o futuro político do ex-presidente.
A movimentação nos bastidores também revela as tensões internas no Partido Liberal e entre aliados religiosos, que continuam apostando na figura de Bolsonaro como liderança central da direita brasileira, mesmo diante das adversidades.
O que esperar nos próximos dias?
O Hospital DF Star não estabeleceu prazo para alta.
Enquanto isso, cresce a especulação sobre o impacto da saúde de Bolsonaro em sua capacidade de articulação política. A permanência prolongada na UTI pode alterar o cronograma de compromissos e falas públicas, além de influenciar diretamente sua defesa nas investigações conduzidas pelo STF.