Por instantes, o céu parecia calmo. Mas, em menos de um minuto após a decolagem, tudo se transformou em um pesadelo flamejante.
Na última quinta-feira, 12 de maio, o que deveria ser um voo rotineiro rumo a Londres se converteu em uma das maiores tragédias aéreas dos últimos tempos. Um Boeing 787-8 Dreamliner caiu violentamente sobre uma área residencial minutos após sair do solo, deixando um rastro de destruição, desespero — e um único sobrevivente.
A sequência de horrores começou com um silêncio inquietante.
Poucos segundos após a decolagem, o sinal do avião desapareceu dos radares. O que se seguiu foi um caos que ainda está sendo analisado pelas autoridades aeronáuticas. O piloto chegou a emitir um último comunicado antes do contato ser definitivamente perdido.
O estrondo foi ouvido a quilômetros. O impacto, sentido por toda uma nação.
A aeronave, que partira com 241 pessoas a bordo — entre elas 231 passageiros e 10 tripulantes — caiu sobre um alojamento de médicos, causando mortes não apenas entre os que estavam no voo, mas também entre os civis em solo. O número de vítimas no edifício ainda está sendo apurado, mas imagens aéreas revelam uma devastação total do local.
Entre os mortos está uma figura pública de destaque: Vijay Rupani, ex-ministro-chefe do estado indiano de Gujarat.
Mas no meio dos escombros, uma vida resistiu ao impossível.
Ramesh Vishwaskumar Bucharvada, de 40 anos, ocupava o assento 11A. De maneira ainda inexplicável, foi encontrado com vida entre os destroços fumegantes da aeronave. Ele foi imediatamente resgatado e levado para um hospital próximo.
“Ele estava preso entre duas partes da fuselagem, coberto por destroços. Ainda tinha o cinto de segurança afivelado.
Era como se o caos tivesse passado por cima dele, mas poupado seu corpo”, relatou um dos socorristas.
A investigação levanta suspeitas, mas não confirma causas.
Especialistas sugerem, de forma preliminar, que uma colisão com aves logo após a decolagem pode ter causado a falha nos motores. Entretanto, só a análise das caixas-pretas — que já começaram a ser procuradas entre os escombros — poderá confirmar a verdadeira origem do acidente.
O local do acidente está isolado e equipes de resgate ainda trabalham dia e noite em busca de corpos e evidências que possam esclarecer os fatos.
Uma dor que atravessa fronteiras
A tragédia teve vítimas de diversas nacionalidades: 169 indianos, 53 britânicos, 7 portugueses e um canadense.
As embaixadas dos respectivos países estão atuando na identificação dos corpos e na assistência às famílias. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, expressou publicamente sua dor. “É algo de partir o coração, além das palavras”, escreveu na rede social X.
Londres, destino final da aeronave, também se manifestou em luto, iluminando pontos turísticos em tom fúnebre.
O mundo espera respostas.
Enquanto a única vida salva tenta se recuperar em um leito hospitalar, famílias choram seus mortos e a comunidade internacional observa, atônita, o desenrolar desta que pode entrar para a história como uma das maiores catástrofes aéreas do século.