A tranquilidade da cidade de Itajubá, no Sul de Minas Gerais, foi violentamente rompida nesta semana por um crime que deixou a população estarrecida. A execução a tiros da médica oftalmologista Paula Machado (nome fictício para preservar a vítima) em plena luz do dia trouxe à tona uma trama complexa de vingança, fraude milionária e conexões com o sistema prisional.
Na manhã da última segunda-feira, por volta das 11h40, a médica foi surpreendida por dois homens armados quando estacionava sua caminhonete em uma rua movimentada do centro de Itajubá. Testemunhas relataram o som dos disparos seguido por gritos e correria.
Câmeras de segurança registraram o momento em que um veículo Peugeot cinza se aproxima, e dois suspeitos descem rapidamente, atirando sem qualquer hesitação.
Dra. Paula foi atingida por pelo menos seis tiros e morreu ainda no local. A ação durou menos de um minuto, mas deixou marcas profundas na cidade, conhecida por sua tranquilidade e forte presença universitária.
Captura rápida e confissão dos suspeitos
Poucas horas após o crime, a Polícia Militar localizou dois suspeitos na rodovia MG-350, já no município vizinho de Delfim Moreira. Um homem de 25 anos e um adolescente de 16 foram presos durante a operação. Ambos confessaram o assassinato.
Segundo o relato de um dos envolvidos, o crime foi motivado por vingança. A justificativa apresentada envolve uma antiga negociação fraudulenta, ocorrida em 2022, que girava em torno da venda de um trator avaliado em R$ 300 mil.
Golpe virtual, traição e vingança
A versão apresentada por um dos suspeitos à Polícia Civil revela uma história ainda mais alarmante.
Ele contou que, durante um período de prisão em Campo Grande, conheceu o pai da vítima e teria elaborado com ele o plano de vender o trator de forma fraudulenta pela internet. O golpe teria sido concretizado, mas o dinheiro — supostamente combinado para ser dividido — nunca foi repassado ao restante do grupo.
Hospital lamenta perda e comunidade se mobiliza
A comoção tomou conta das redes sociais.
Amigos, familiares e pacientes organizaram homenagens, vigílias e pedidos por justiça. “Ela era mais do que uma médica, era um anjo em forma de gente”, comentou uma paciente nas redes sociais.
Polícia Civil continua as investigações
Apesar das confissões, a Polícia Civil segue investigando o caso para apurar todos os detalhes e identificar possíveis mandantes ou envolvidos indiretos.
Também há indícios de que o adolescente envolvido teria sido aliciado para participar do crime, levantando preocupações sobre o uso de menores em esquemas criminosos.
A tragédia que tirou a vida da Dra. Paula expõe, mais uma vez, como crimes virtuais e antigos laços com o submundo do crime podem culminar em perdas irreparáveis. Em meio à dor, a população de Itajubá clama por respostas, justiça e, acima de tudo, paz.