Uma Despedida Sem Lágrimas: O Clima de Incredulidade no Velório
Na manhã da última sexta-feira, 14 de fevereiro, o velório de Deise Moura dos Anjos, apontada como a principal suspeita de envenenar um bolo que vitimou seus próprios familiares, ocorreu de maneira discreta e fria. Realizado em um cemitério da região de Nova Santa Rita, no Rio Grande do Sul, o evento reuniu cerca de trinta pessoas, todas imersas em um clima de apatia e incredulidade.
A cerimônia foi breve, quase sem manifestações emocionais. O fato de a despedida ter ocorrido apenas um dia após Deise ser encontrada sem vida dentro de sua cela reforçou o impacto dos acontecimentos. O silêncio dos presentes denunciava a complexidade do momento: uma despedida marcada não apenas pela perda, mas pelo peso de tudo o que havia ocorrido antes.
Ausências que Dizem Muito: Família de Deise Não Comparece
Uma das cenas mais comentadas foi a ausência da família dos Anjos, justamente aqueles que, meses antes, haviam sido impactados pela tragédia do bolo envenenado.
O marido de Deise, Diego Silva dos Anjos, e o filho do casal, um menino de apenas 9 anos, não compareceram ao velório. A decisão de não estar presente na despedida da mulher foi tomada um dia depois de Diego entrar com o pedido de divórcio, evidenciando o rompimento definitivo dos laços.
O distanciamento da família também refletia o peso da repercussão do caso.
Um Gesto Tocante: O Desenho que Quebrou a Frieza do Momento
Mesmo em meio ao ambiente carregado, um detalhe chamou a atenção e emocionou aqueles que presenciaram a despedida: um desenho feito pelo filho de Deise foi colocado sobre o caixão da mãe.
Esse pequeno ato humano foi um raro instante de emoção em meio ao velório marcado por rostos fechados e palavras contidas.
O desenho simbolizou, de alguma forma, a complexidade da situação: a despedida de uma mulher cercada por polêmicas, mas que, para seu filho, ainda era simplesmente sua mãe.
Silêncio e Reflexão: O Cortejo Fúnebre Sem Discurso
Por volta das 10h, o cortejo fúnebre seguiu em direção ao local de sepultamento sob um sol intenso.
O clima permaneceu silencioso e introspectivo, e o enterro ocorreu em poucos minutos, sem homenagens ou discursos. Apenas um amigo da família quebrou a frieza do momento ao expressar algumas palavras.
“Muita gente foi impactada por tudo o que aconteceu. Os familiares sofrem as consequências e são alvo de ameaças. Creio que eles já não pensam mais se a Deise envenenou ou não um bolo, apenas lamentam a dor de tantas perdas, o que inclui a dela”, declarou, resumindo a tragédia que envolveu todos os presentes.
O adeus a Deise dos Anjos não foi apenas o fim de uma vida, mas o encerramento de um capítulo marcado por dor, acusações e incertezas. O silêncio no velório refletiu não só o luto, mas a sombra de um caso que ficará para sempre na memória daqueles que o vivenciaram.