Um escândalo macabro chocou os Estados Unidos: um casal que administrava uma funerária no Colorado admitiu ter cometido abusos contra 190 corpos. Jon e Carie Hallford, se declararam culpados após uma investigação revelar condições chocantes na casa onde funcionava a empresa de compostagem humana.
Desrespeito e engano
Os promotores descreveram cenas estarrecedoras. Os corpos estavam em sacos descartáveis, envoltos apenas por lençóis e fita adesiva ou até mesmo expostos sem qualquer proteção. Alguns foram encontrados jogados no chão, outros empilhados em prateleiras, sobre macas ou até mesmo dentro de sacolas plásticas.
A funerária vendia pacotes de sepultamento ecológico, prometendo enterros em caixões biodegradáveis. No entanto, a investigação revelou que os Hallfords enganavam famílias enlutadas ao entregar urnas contendo misturas de concreto em vez das cinzas de seus entes queridos.
Condenação e enriquecimento ilícito
Presos em novembro de 2023, Jon e Carie Hallford se declararam culpados durante audiência no Tribunal do Condado de El Paso. Eles enfrentam 191 acusações por crime grave de abuso de cadáver e podem ser condenados a penas entre 15 e 20 anos de prisão.
A sentença final será anunciada em 18 de abril de 2025.
Os registros financeiros mostram que o casal recebeu mais de US$ 130 mil (cerca de R$ 754 mil) por serviços funerários. No entanto, em vez de utilizar os recursos para cremar ou enterrar os corpos, os Hallfords gastaram milhares de dólares em viagens, joias e compras na Amazon.
Compostagem humana: uma alternativa sustentável
O caso lançou luz sobre a prática da compostagem humana, que é legalizada em estados como Washington, Colorado e Oregon. A técnica visa reduzir os impactos ambientais e aumentar o espaço nos cemitérios. No entanto, a “Return to Nature” transformou essa alternativa em um esquema fraudulento e desrespeitoso, traindo a confiança de centenas de famílias.
Para os promotores, o impacto do crime vai muito além do prejuízo financeiro. “Essas famílias confiaram a eles seus entes queridos. A violação dessa confiança é algo do qual essas pessoas provavelmente nunca se recuperarão”, afirmou Michael Allen, procurador do 4º Distrito Judicial do Colorado.
O escândalo expõe a necessidade de fiscalização mais rigorosa no setor funerário, evitando que casos tão brutais se repitam.