O Brasil amanheceu mais triste nos últimos dias com a notícia da morte de Millena Brandão, a jovem atriz mirim de apenas 11 anos que vinha conquistando o carinho do público com seu talento e doçura. A comoção tomou conta das redes sociais e de toda a classe artística. Porém, por trás das manchetes e homenagens, há uma dor silenciosa e devastadora: o luto dos pais da pequena Millena, que vieram a público desabafar sobre o sofrimento que enfrentam desde a perda repentina da filha.
Millena foi diagnosticada com um tumor cerebral de 5 centímetros e, nas últimas semanas, seu estado de saúde agravou-se de forma rápida e inesperada. Internada no Hospital Geral de Grajaú, em São Paulo, após ser transferida da Unidade de Pronto Atendimento Maria Antonieta (UPA), ela chegou em condição crítica no dia 29 de abril.
Essas intercorrências impossibilitaram sua transferência para o Hospital das Clínicas, referência no tratamento oncológico infantil. No dia 2 de maio, às 16h55, o hospital confirmou a morte encefálica da jovem atriz.
O desabafo comovente dos pais
Horas após a confirmação da morte, os pais de Millena decidiram se pronunciar. Em meio ao luto, eles revelaram uma faceta pouco vista do sofrimento: a solidão emocional que assola famílias enlutadas após a perda de um filho.
Além do luto, os pais destacaram as dificuldades práticas que surgem após a perda, como questões legais, burocráticas e o amparo emocional muitas vezes inexistente.
A morte encefálica é caracterizada pela parada completa e irreversível das funções cerebrais. No caso de Millena, após exames rigorosos e cumprimento do protocolo médico, foi constatado que não havia mais atividade cerebral.
Apesar disso, o corpo pode permanecer “vivo” por alguns instantes graças ao suporte de aparelhos, o que cria uma ilusão angustiante para os familiares — como se houvesse ainda alguma chance de reversão.
Uma estrela que se apagou cedo demais
Millena Brandão já era conhecida por seus papéis em comerciais, participações especiais em programas infantis e sua atuação em peças teatrais voltadas para o público jovem.
“Ela tinha um brilho próprio.
Era daquelas crianças que você olha e sabe que vai longe”, comentou uma diretora que trabalhou com Millena em 2024.
O legado de Millena: por que falar sobre isso importa
A morte de Millena escancara a necessidade de se falar mais sobre o acesso à saúde infantil no Brasil, especialmente no que diz respeito ao diagnóstico e tratamento precoce de doenças graves como o câncer cerebral.
Além disso, o caso ressalta a importância do apoio psicológico para pais e familiares em situações de perda infantil — um tema ainda negligenciado em políticas públicas.
Uma dor compartilhada
As homenagens não param.
Neste momento de profunda dor, os pais de Millena pedem apenas uma coisa: “Lembrem dela com alegria. Foi isso que ela deixou para nós. Luz, alegria e amor”.