Jovem atriz passou por pelo menos três unidades de saúde antes da morte encefálica ser confirmada. Famílias questionam diagnósticos, e autoridades investigam possíveis falhas no atendimento.
A morte da jovem atriz mirim Millena Brandão, de apenas 11 anos, mergulhou familiares, amigos e admiradores em um misto de dor, indignação e incerteza.
Cronologia do Caso: Um Percurso de Dor e Incógnitas
Primeiros sintomas ignorados
Millena começou a apresentar sintomas no dia 24 de abril, com fortes dores de cabeça e na perna. Sua primeira ida ao Hospital Geral de Pedreira, na Zona Sul de São Paulo, resultou em um diagnóstico preliminar de dengue, sem exames realizados.
Sintomas se agravam
Nos dias seguintes, a situação se agravou. A menina passou a reclamar de dores intensas, sonolência e dificuldades para caminhar. No dia 28, ela desmaiou no banheiro de casa, sendo levada às pressas à UPA Maria Antonieta, desacordada nos braços do pai.
Sem diagnóstico preciso
Ali, foram descartadas doenças como dengue, Covid-19 e H1N1. Millena foi diagnosticada com infecção urinária e medicada com antibióticos e analgésicos fortes, como tramal. Mesmo em crise, a menina gritava de dor, colocando as mãos na cabeça. Ainda assim, só foi solicitada uma transferência hospitalar no dia seguinte.
Descoberta Tardia: Tomografia Revela Massa no Cérebro
A jovem foi transferida ao Hospital Geral do Grajaú apenas na manhã do dia 29 de abril. Lá, uma tomografia finalmente foi realizada, revelando uma massa de cerca de 5 cm no cérebro. No entanto, já era tarde: Millena teve sucessivas paradas cardíacas — 13 no total — e nunca mais retomou a consciência após ser entubada.
Apesar da tentativa de transferência para o Hospital das Clínicas, os médicos julgaram que a instabilidade da menina representava risco extremo. Ela não resistiu. A morte encefálica foi confirmada dias depois.
Revolta e Investigação: Famílias Querem Respostas
Falhas no atendimento?
“Se tivessem feito a tomografia no começo, minha filha poderia estar viva”, lamentou a mãe, Thays Brandão.
Autoridades se manifestam
As Secretarias Municipal e Estadual da Saúde divulgaram notas lamentando o ocorrido e informaram a abertura de sindicâncias para apurar as condutas adotadas nas unidades envolvidas.
O Sonho Interrompido de Millena
Com mais de 180 mil seguidores no Instagram, Millena sonhava alto.
“E o sonho se tornou realidade… Quem acredita sempre alcança”, escreveu ela em uma publicação nas redes.
A garota já era considerada uma promessa da dramaturgia infantil e encantava os seguidores com vídeos, desfiles e bastidores de gravações.
Comoção nas Redes e Último Adeus
A notícia de sua morte gerou enorme comoção nas redes sociais, onde fãs e artistas prestaram homenagens. No domingo (4), o corpo da menina foi velado e enterrado no Cemitério Campo Grande, na Zona Sul da capital paulista, em cerimônia reservada à família.
O que havia, de fato, no cérebro da menina?
Apenas os exames de biópsia poderão esclarecer se era um tumor, edema, cisto ou outra condição.
Houve negligência médica?
As sindicâncias abertas deverão avaliar se as equipes seguiram todos os protocolos corretamente.
Essa tragédia poderia ter sido evitada?
O caso de Millena reacende o debate sobre a precariedade do sistema de saúde pública e a importância do diagnóstico rápido em emergências pediátricas.
Reflexão Final
A história de Millena Brandão não é apenas uma tragédia pessoal, mas também um retrato alarmante das falhas estruturais que ainda assolam o sistema de saúde brasileiro. Enquanto a família busca justiça e respostas, o país se une em luto por uma vida cheia de sonhos que foi interrompida cedo demais.