Música, dor e despedida. O Brasil amanheceu mais triste nesta semana com a confirmação da morte da cantora Preta Gil, aos 50 anos, no último domingo (20), em Nova York. A artista, que travava uma batalha corajosa contra o câncer desde 2023, estava na cidade norte-americana realizando um tratamento experimental quando faleceu.
Na segunda-feira (21), o cantor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, pai de Preta, usou suas redes sociais para atualizar o público sobre os trâmites da repatriação da filha.
“Informamos que, neste momento, ainda não há previsão para a repatriação do corpo de Preta Gil ao Brasil”, escreveu o músico.
Gil também aproveitou o comunicado para compartilhar que o velório ocorrerá no Rio de Janeiro, cidade onde Preta construiu sua carreira, criou sua família e viveu a maior parte da vida. Segundo ele, a cerimônia será aberta ao público, permitindo que fãs e admiradores possam se despedir da cantora.
“Ela será velada na cidade do Rio de Janeiro, onde sua família, amigos e o público poderão prestar suas últimas homenagens. Tão logo tenhamos as informações do funeral, divulgaremos aqui. Agradecemos, mais uma vez, o carinho, o respeito e a compreensão de todos”, concluiu Gil.
Uma despedida que atravessa fronteiras
A repatriação de corpos envolve uma série de etapas burocráticas e sanitárias. Quando alguém falece fora de seu país de origem, como no caso de Preta Gil, é necessário obter uma série de documentos — incluindo certidão de óbito internacional, laudos médicos, autorização consular e licenças sanitárias — antes que o corpo possa ser transportado por via aérea.
A família de Preta tem contado com apoio institucional e diplomático para agilizar o processo, mas, como em qualquer situação dessa natureza, o respeito aos protocolos é fundamental.
Preta Gil: uma voz que ecoa
Filha de um dos maiores ícones da música brasileira, Preta Gil não foi apenas “a filha de Gilberto Gil”. Ao longo de sua trajetória artística, ela construiu uma identidade própria, marcada pela irreverência, pela defesa da diversidade e pelo posicionamento firme em causas sociais.
Ao mesmo tempo em que fez história nos palcos com sua música e carisma, também se destacou como uma voz ativa contra o preconceito, a gordofobia e a homofobia, temas que abordava sem medo em entrevistas, redes sociais e projetos artísticos.
A notícia de sua morte causou comoção nacional.
Sua última aparição pública havia sido em uma transmissão ao vivo no Instagram, semanas antes de sua morte. Visivelmente fragilizada, mas com o mesmo brilho no olhar de sempre, Preta agradeceu o apoio dos fãs e se mostrou esperançosa com o tratamento experimental nos Estados Unidos.
O velório aberto ao público no Rio de Janeiro, ainda sem data confirmada, promete reunir milhares de pessoas. A família espera que o espaço seja um momento de celebração da vida e do legado de Preta Gil, e não apenas de dor.
Enquanto isso, o Brasil espera com o coração apertado por esse último adeus. A ausência de Preta deixa uma lacuna difícil de preencher, mas sua presença continuará viva na memória afetiva de uma geração inteira que dançou, chorou e se inspirou com sua arte e sua coragem.
A espera por um último encontro
Nos próximos dias, a família Gil deve divulgar novas informações sobre o velório e o enterro. A expectativa é de que os detalhes sejam anunciados tão logo a repatriação do corpo seja concluída.
Até lá, o país segue em luto — mas também em gratidão por tudo o que Preta Gil representou.