MAIS UM ATAQUE? Homens invade escola deixa mais de 20 M0RT0S e fer…Ver mais

No silêncio ainda úmido da madrugada em Gaza, o que deveria ser um refúgio tornou-se um cenário de horror. Uma escola localizada no bairro de Daraj, na Cidade de Gaza, foi atingida por um ataque aéreo israelense nas primeiras horas desta segunda-feira (26). O prédio, que abrigava dezenas de famílias deslocadas pela guerra, foi transformado em ruínas em questão de segundos.

Pelo menos 20 pessoas perderam a vida — entre elas, mulheres e crianças — e dezenas ficaram feridas, segundo autoridades locais informaram à agência Reuters. As imagens que circulam nas redes sociais são difíceis de assistir: corpos carbonizados, pessoas gritando por socorro, crianças cobertas de poeira e sangue sendo carregadas nos braços de voluntários desesperados.

Era para ser um abrigo. Tornou-se um alvo.

Quando o céu caiu

Testemunhas relataram que o ataque aconteceu por volta das 3h da manhã. “O som foi ensurdecedor. Todos estavam dormindo. Não houve aviso, não houve chance de correr”, contou Ahmed al-Khatib, de 34 anos, que sobreviveu com ferimentos leves.

Ele perdeu dois filhos no ataque.

Os gritos ecoaram pelas ruas desertas de Daraj, uma região que já havia sido bombardeada nas semanas anteriores. Médicos dos hospitais vizinhos descreveram uma “cena de guerra total”. Um deles, que pediu anonimato por segurança, relatou à imprensa internacional: “Nunca vi algo assim.

Chegaram corpos queimados, irreconhecíveis. Muitos eram crianças.”

Cenário de desespero e silêncio internacional

O ataque vem em um momento de crescente pressão internacional sobre Israel para aliviar a crise humanitária na Faixa de Gaza. Organizações das Nações Unidas e diversas ONGs alertam que a fome está se tornando inevitável diante do bloqueio à entrada de alimentos, medicamentos e combustível.

Apesar disso, o governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, reforçou sua posição: controlar “toda a Faixa de Gaza”.

Na última semana, Netanyahu afirmou publicamente que as operações continuarão até que o Hamas seja completamente desmantelado. Israel já controla, de fato, cerca de 77% do território, conforme relatado pela assessoria de imprensa de Gaza, seja por presença militar direta ou por meio de bombardeios que forçam a evacuação dos moradores.

A escola atingida não era uma instalação militar. Era um abrigo improvisado, como muitos outros em Gaza, onde as famílias tentam encontrar segurança em meio ao caos. No entanto, essa tentativa tem se mostrado cada vez mais ilusória.

Quem responde por isso?

A comunidade internacional exige respostas.

Países europeus condenaram o ataque, classificando-o como “desproporcional” e “em violação ao direito internacional humanitário”. O secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou estar “chocado” com o episódio e exigiu uma investigação imediata e independente.

 

O governo israelense, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ataque específico à escola em Daraj, mas reiterou que suas operações visam “infraestruturas do Hamas” e que todos os esforços são feitos para minimizar danos colaterais.

Gaza: um território à deriva

Com o território em ruínas, os números falam por si. Segundo dados recentes, mais de 35 mil palestinos já morreram desde o início do conflito. O sistema de saúde entrou em colapso. Hospitais operam sem anestesia, seringas ou energia elétrica. A escassez de água potável e alimentos atinge níveis catastróficos.

Famílias inteiras vivem em tendas, em escombros ou amontoadas em prédios públicos, como a escola destruída nesta madrugada.

E ainda assim, o mundo hesita.

Um silêncio que grita

Para os moradores de Gaza, não há mais espaços seguros. Escolas, hospitais, mesquitas — todos já foram atingidos em algum momento.

E enquanto os bombardeios continuam, cresce a sensação de que a tragédia se repete diante de olhos fechados.

 

As imagens do ataque à escola em Daraj serão mais uma cicatriz na memória coletiva do povo palestino. Mais um lembrete de que, em Gaza, o céu pode cair a qualquer momento — mesmo sobre aqueles que só buscavam abrigo.