Papa Leão XIV defende família tradicional e pede paz em discurso ao corpo diplomático do Vaticano
O papa Leão XIV reafirmou nesta sexta-feira (16) a posição histórica da Igreja Católica de que a família só pode ser constituída por um homem e uma mulher, e destacou a importância da união estável entre os dois sexos como fundamento da estrutura familiar.
Essas declarações, de forte cunho conservador, foram feitas durante o primeiro encontro do novo papa com o corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé, em uma audiência privada cujo conteúdo foi posteriormente divulgado pelo Vaticano. O encontro segue uma tradição protocolar após a eleição papal, oferecendo ao pontífice a oportunidade de saudar representantes de governos e organismos internacionais antes da cerimônia de instalação oficial, marcada para este domingo, dia 18.
Leão XIV, cujo nome de batismo é Robert Prevost e que se torna o primeiro norte-americano a ocupar o trono de Pedro, é membro da ordem religiosa agostiniana. Desde sua eleição, em 8 de maio, tem adotado um tom claro de prioridade à promoção da paz e da dignidade humana. Suas primeiras palavras após ser apresentado ao mundo da sacada da Basílica de São Pedro foram:“A paz esteja com todos vocês.”
O pontífice defendeu que cabe aos governos o dever de investir na promoção de sociedades pacíficas, e que tal esforço deve passar, necessariamente, pela valorização da família. “É essencial promover políticas que protejam e incentivem a família fundada exclusivamente na união estável entre um homem e uma mulher, pois essa é a base para a construção de um futuro de harmonia social e espiritual”, disse Leão XIV.
Além das questões morais, o papa também se manifestou a favor do multilateralismo e do diálogo inter-religioso como caminhos para enfrentar os desafios globais. “Devemos trabalhar juntos, na diversidade, pela paz entre os povos e pelo respeito mútuo entre as crenças”, declarou.
Durante seu papado, Francisco buscou uma aproximação com comunidades LGBTQIA+, enfatizando a acolhida pastoral, embora sem modificar a doutrina da Igreja, que continua definindo o matrimônio como uma união entre homem e mulher. Já em 2012, Prevost, então superior da ordem agostiniana, criticava publicamente a aceitação do “estilo de vida homossexual” promovido pela mídia, em oposição à doutrina católica.