O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deixou sem resposta a decisão do governo americano, liderado por Donald Trump, de revogar os vistos de entrada nos Estados Unidos do ministro Alexandre de Moraes e de outros integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Minha solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos.
A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações”, declarou Lula, com firmeza.
A declaração veio após o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciar, na sexta-feira (18), o cancelamento imediato dos vistos de Moraes e de outros sete ministros do STF.
Rubio afirmou que o governo Trump “não permitirá que estrangeiros responsáveis por reprimir a liberdade de expressão entrem nos Estados Unidos”.
A decisão foi divulgada no mesmo dia em que Bolsonaro se tornou alvo de nova operação da Polícia Federal, ordenada justamente por Alexandre de Moraes.
O ex-presidente agora está sob medidas restritivas: uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com diplomatas e de comunicação com outros investigados — inclusive seu filho Eduardo, que vive nos EUA articulando pressões contra o Judiciário brasileiro.
A resposta da cúpula do governo brasileiro foi imediata.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, também se posicionou. Em nota, reforçou seu apoio aos ministros do STF e ao procurador-geral da República. Para ele, os magistrados apenas cumpriram suas funções dentro dos limites constitucionais. “Nenhum expediente inidôneo ou ato conspiratório sórdido haverá de intimidar o Poder Judiciário de nosso país”, escreveu.
Nos bastidores, o Itamaraty avalia uma resposta diplomática mais contundente, mas até o momento, não houve convocação oficial do embaixador americano no Brasil.