Na sexta-feira, 30 de maio, o Autódromo de Interlagos, em São Paulo, fervilhava com a energia de milhares de apaixonados por velocidade. O Festival Interlagos de motos reunia público, máquinas potentes e atrações de tirar o fôlego. Mas enquanto os holofotes estavam voltados para as pistas e os palcos, longe dos olhos da multidão, um crime brutal começava a tomar forma.
A última noite
De acordo com o relato da esposa, que concedeu entrevista ao programa, Adalberto parecia estar tendo um dia comum. Ele passou a tarde no festival, testando motos, visitando estandes e curtindo um show ao lado de um amigo. Era um ambiente alegre, seguro, com forte presença de público e estrutura.
Às 21h, ele se despediu do amigo e enviou uma mensagem para a esposa dizendo que estava indo jantar. Foi a última vez que ela teve contato com o marido.
“Eu não entendo por que fizeram isso com ele. Eu preciso de respostas”, disse a esposa, em áudio enviado ao programa. Ela não quis se identificar, temendo pela própria segurança.
O sumiço e a angústia
Na manhã seguinte, familiares começaram a procurar por ele. O carro foi encontrado estacionado próximo ao kartódromo de Interlagos.
No celular, o GPS ainda apontava sua última localização: dentro do autódromo. Pouco tempo depois, o sinal desapareceu completamente. O alerta de desaparecimento foi registrado e as buscas se intensificaram no local, mas sem sucesso imediato.
Foi apenas na terça-feira (3) que um operário da obra localizada nos fundos do autódromo fez uma descoberta macabra: o corpo de um homem dentro de um buraco estreito, em uma área em construção. Não havia documento, não havia testemunhas. Mas havia um detalhe que não deixava dúvidas: a aliança no dedo, que permitiu a identificação por parte da família.
O que mais chocou os investigadores foi a forma como o corpo foi encontrado: sem calça e sem tênis, mas sem sinais visíveis de violência física. Nenhum ferimento aparente, nenhum vestígio de sangue ao redor. Uma morte silenciosa, limpa demais para um local tão movimentado.
A própria esposa, em entrevista, revelou o choque diante da ausência de explicações.
Uma vida sem inimigos, um fim sem lógica
Adalberto não era apenas mais um frequentador do evento. Ele era um empresário de sucesso, dono de uma empresa, com saldo bancário estimado em R$ 1 milhão. Morava com a esposa em uma casa avaliada em R$ 2,5 milhões na região de Aldeia da Serra, em São Paulo, e mantinha outros imóveis e veículos de alto valor.
Investigações em curso e um silêncio que pesa
A Polícia Civil de São Paulo, por meio do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), está à frente do caso.
Um dos poucos indícios concretos até agora foi a descoberta de
vestígios de sangue no carro de Adalberto, o que levou à solicitação de uma nova perícia no veículo.
Apesar das diligências, o caso continua cercado de dúvidas — e a cada dia que passa sem respostas, cresce o sentimento de insegurança e revolta.
Um clamor por justiça
Enquanto a polícia tenta montar esse quebra-cabeça sombrio, a família vive o luto e a aflição.
“Eu só quero entender o que aconteceu. Só isso. Eu preciso entender.”
A morte de Adalberto, ocorrida em um dos lugares mais vigiados e movimentados da cidade, deixa um alerta perturbador: até os ambientes aparentemente mais seguros podem esconder segredos sombrios.
E a pergunta que permanece no ar — quem matou Adalberto e por quê? — ainda está longe de uma resposta.